O trabalho ocupa uma boa parte da sua vida. Mas você sabia que o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho calcula 1 morte a cada 3 h e 49m por consequência de algum acidente no trabalho no Brasil? O perigo no trabalho muitas vezes faz parte da rotina de muitos trabalhadores.
Continue lendo e você vai descobrir como identificar e reagir a uma situação de perigo no trabalho.
O que é perigo no trabalho?
A definição mais comum para perigo no trabalho é: tudo o que tem potencial de causar perda ou fatalidade. Pode ser um elemento material ou imaterial, de forma isolada ou combinada com outros elementos, que tem potencial de dar origem a riscos à segurança e saúde do trabalhador.
Também pode-se definir como um conjunto de elementos que fazem parte de um processo de trabalho, que em alguma situação pode causar dano à saúde ou ao meio ambiente.
Equipamentos, materiais, e até mesmo práticas de trabalho podem ser fontes de risco. Ou seja, se caracterizar como um perigo no trabalho.
Ambientes de trabalho também são áreas de perigo. Por exemplo: áreas muito quentes, ou excessivamente frias, empoeiradas, sujas, com muitos ruídos, escuras, com gases, vapores, ou espaços confinados. Enfim, existe uma infinidade de possibilidades que pode tornar um ambiente de trabalho perigoso.
A negligência às diretrizes de segurança e a falta de capacitação dos trabalhadores também é um tipo de perigo no trabalho. Além disso, a carga excessiva de trabalho, assédio moral, pressão e fadiga criam um ambiente que também é fonte de risco para o trabalhador.
Por exemplo, a superfície de um forno aquecido ou um chão escorregadio, se caracteriza como perigo. Da mesma forma, um funcionário que dirige uma empilhadeira para transportar cargas, sem ter habilitação para dirigir, também é considerado uma situação de perigo no trabalho.
O Risco é um evento que pode acontecer a qualquer momento. Por isso, é necessário analisar e corrigir os perigos, que são as fontes dos riscos.
Qual a diferença de risco e perigo?
O perigo não é necessariamente um risco. Mas se o trabalhador é exposto a uma fonte de perigo, aí sim podemos dizer que há risco.
A ISO 45001, norma internacional para Sistemas de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional, define risco como: uma “combinação da probabilidade de ocorrência de eventos ou exposições perigosas relacionadas aos trabalhos e da gravidade das lesões e problemas de saúde que podem ser causados pelo(s) evento(s) ou exposição(ões)”.
Ou seja, o risco é a chance de um evento perigoso acontecer e causar danos ou prejuízos. Em um forno com a superfície aquecida (perigo) o risco é uma queimadura, caso o colaborador esteja exposto aquele ambiente. No piso escorregadio (perigo) o risco é a queda e os consequentes ferimentos.
O risco ocupacional pode ser avaliado conforme o tempo de exposição, a intensidade dele, e a natureza do agente, se é nocivo ou agressivo à saúde. Quanto maior forem esses fatores, mais grave o risco vai ser.
Os riscos ocupacionais podem ser divididos em 5 grupos:
- Riscos físicos: ruído, frio, calor, pressão, radiações, entre outros;
- Riscos químicos: substâncias ou produtos que podem penetrar o organismo, por vias respiratórias, ingestão, ou pelo contato com a pele;
- Riscos biológicos: bactérias, vírus, fungos, entre outros;
- Riscos de acidentes: probabilidade de incêndio, armazenar equipamentos de forma inadequada, máquinas sem proteção, entre outros;
- Riscos ergonômicos: levantar peso de forma inadequada, excesso de trabalho, postura inadequada, movimentos repetitivos, entre outros;
Análise de risco: como identificar o perigo no trabalho?
Não saber reconhecer o perigo ou risco é uma das causas da maioria dos acidentes de trabalho. Para criar medidas de prevenção e correção dos riscos, o primeiro passo é mapear os perigos e riscos do ambiente.
A Análise de risco é uma metodologia que avalia todos os processos de produção antes que qualquer trabalho seja feito. Ela é feita por um profissional qualificado em segurança do trabalho que irá fiscalizar as condições de trabalho no local. A primeira etapa é identificar os perigos, que são fontes de risco que podem causar danos à saúde do trabalhador.
O segundo passo é identificar a probabilidade dos perigos se concretizarem, verificando o quanto os trabalhadores estão expostos aos perigos. Após esse mapeamento, os riscos são avaliados e classificados. Caso o risco identificado seja grave, ele deve ser tratado imediatamente.
A partir da análise de risco é possível aplicar medidas de controle, correção e prevenção aos riscos. Além disso, os riscos precisam ser monitorados frequentemente, garantindo a saúde e segurança dos colaboradores.
Infelizmente alguns riscos não podem ser eliminados totalmente. Por isso é importante implementar medidas de controle que vão diminuir os danos.
Lembrando que todo esse processo é cíclico, ou seja, deve ser feito periodicamente.
Perigo no trabalho: como evitar?
Você já sabe como a Análise de Risco é uma ferramenta essencial para identificar e evitar os danos do perigo no trabalho. Mas os programas de conscientização e treinamento são fundamentais na redução de acidentes de trabalho.
Ações, palestras, treinamentos, alertas e cartazes educativos, e toda mobilização educativa são meios de implementar uma cultura de segurança na empresa.
Como prevenir aquilo que não se conhece? Como entender a importância das medidas de controle e prevenção, sem antes conhecer a gravidade dos riscos no ambiente de trabalho?
Muitos colaboradores tem resistência ao usar um Equipamento de Proteção Individual, por exemplo. Pode parecer “capricho” e o desconforto pode ser uma desculpa para não usar. Mas se a todo momento ele for lembrado dos danos que ele pode sofrer por não seguir as medidas de prevenção, possivelmente ele irá repensar sua conduta negligente.
Eliminar completamente os riscos de acidentes no trabalho é muito difícil. Mas o treinamento constante mobiliza e engaja os colaboradores, e os prepara para agir caso algum acidente aconteça.
A falta de investimento em saúde e segurança do trabalho é o maior desafio na redução dos acidentes de trabalho. Uma empresa que não prioriza uma cultura de segurança no trabalho terá prejuízos financeiros e humanos que podem ser irreversíveis.