Osteotomia de Wilson

Osteotomia de Wilson: técnica, fixação e cuidados

O joanete incomoda, muda a forma do pé e atrapalha até o sapato preferido. Quando o desvio do primeiro dedo é maior e a dor persiste, a cirurgia entra em cena.

Entre as opções, a Osteotomia de Wilson é uma técnica clássica e eficiente para reposicionar o primeiro metatarso. O objetivo é alinhar o hálux, reduzir a dor e melhorar a função ao caminhar.

Você vai ver quando ela é indicada, como é feita, como é a fixação e quais cuidados aceleram a recuperação. Tudo em linguagem direta e prática.

Como comenta o Dr. Bruno Air, ortopedista em Goiânia e referência nacional em cirurgia minimamente invasiva do joanete, a escolha da técnica depende do tipo de deformidade e do estilo de vida do paciente.

O que é a Osteotomia de Wilson

É um corte oblíquo no primeiro metatarso para deslizar a cabeça do osso em direção lateral e plantar. Isso corrige o alinhamento do hálux e redistribui a carga na marcha.

A Osteotomia de Wilson pode ser feita por via aberta ou em abordagens menos invasivas, a depender do caso e da experiência da equipe.

Quando considerar a cirurgia

A Osteotomia de Wilson é indicada em joanetes leves a moderados, com ângulo intermetatarsal aumentado e dor limitante, mesmo após palmilhas, mudanças de calçado e fisioterapia.

É útil quando há necessidade de correção combinando translação lateral e plantar, sem encurtar demais o primeiro metatarso.

Técnica cirúrgica em passos

Planejamento pré-operatório

  • Radiografias em carga: Medir ângulos e avaliar congruência da articulação.
  • Estratégia de corte: Definir a obliquidade e a direção do deslizamento ósseo.
  • Avaliação de tecidos moles: Planejar liberação lateral e reparo capsular.
  • Discussão de expectativas: Explicar limites, tempo de recuperação e possíveis riscos.

Passo a passo intraoperatório

  1. Incisão e exposição: Acesso ao primeiro metatarso com preservação dos tecidos.
  2. Osteotomia oblíqua: Corte do osso de dorsal-proximal para plantar-distal, permitindo deslizamento controlado.
  3. Translação do fragmento: Deslocar lateral e plantar para corrigir o varo e otimizar a carga.
  4. Fixação: Estabilizar com parafusos, grampos ou fios, conforme a qualidade óssea e o padrão do corte.
  5. Balanceamento de partes moles: Liberação lateral e reparo capsular medial para manter o alinhamento.
  6. Checagem final em fluoroscopia: Confirmar correção e estabilidade antes do fechamento.

Fixação: o que muda no resultado

A estabilidade é o coração da Osteotomia de Wilson. Parafusos canulados oferecem compressão e permitem carga protegida mais precoce em muitos casos.

Grampos e fios podem ser usados em ossos mais finos ou quando a obliquidade favorece o travamento do fragmento. O critério é sempre manter o corte firme até a consolidação.

Em casos selecionados, técnicas percutâneas reduzem agressão tecidual. O Dr. Bruno Air destaca que a decisão entre abordagem aberta ou minimamente invasiva depende da deformidade, da experiência e do objetivo funcional do paciente.

Cuidados pós-operatórios e reabilitação

  • Imobilização e proteção: Sandália pós-operatória ou bota por 4 a 6 semanas, conforme a fixação e a consolidação.
  • Controle de edema: Gelo envolto em pano por 15 a 20 minutos, elevação do pé e meias elásticas quando indicado.
  • Curativo e higiene: Manter o curativo seco nas primeiras semanas e seguir as trocas orientadas.
  • Carga e marcha: Iniciar carga parcial com orientação. Progredir para carga total quando liberado.
  • Fisioterapia: Mobilidade do hálux, fortalecimento intrínseco e treino de marcha a partir da liberação médica.
  • Calçados: Tênis com bico amplo após liberação. Evitar salto alto por algumas semanas.

Resultados esperados

Com boa indicação e execução, a Osteotomia de Wilson reduz a dor, alinha o dedo e melhora a função em atividades diárias. O retorno às rotinas leves costuma ocorrer em 4 a 6 semanas.

Esportes de impacto podem voltar entre 3 e 4 meses, respeitando o ritmo de consolidação e o ganho de mobilidade.

Riscos e como reduzir

  • Recidiva do desvio: Minimizada com planejamento correto e fixação estável.
  • Rigidez articular: Prevenida com mobilização orientada após a fase inicial.
  • Metatarsalgia de transferência: Evitada com translação plantar adequada e ajuste de carga.
  • Infecção e hematoma: Reduzidos com técnica cuidadosa e cuidados de curativo.
  • Problemas de consolidação: Exigem controle de tabagismo e acompanhamento radiográfico.

Como escolher o cirurgião

Busque quem avalia seu caso de forma individual e domina diferentes técnicas, inclusive percutâneas. Experiência com joanete e atenção ao planejamento fazem diferença.

O Dr. Bruno Air, médico de pé e tornozelo em Goiânia, é frequentemente citado em congressos por sua atuação com cirurgia percutânea do joanete. Em dúvidas específicas, vale procurar um ortopedista especialista em joanetes em Goiânia para análise detalhada do seu exame e do seu padrão de marcha.

Perguntas rápidas

  • Dói muito no pós-operatório: A dor é controlável com medicação e medidas de edema. Melhora progressiva em poucos dias.
  • Parafusos ficam para sempre: Na maioria, sim. Só são retirados se causarem incômodo.
  • Posso dirigir: Quando houver segurança para frear sem dor. Em geral após 3 a 4 semanas no pé esquerdo automático e mais no direito.

Conclusão

A decisão pela Osteotomia de Wilson passa por avaliação clínica, radiográfica e metas do paciente. Técnica bem planejada, fixação estável e reabilitação guiada costumam entregar alinhamento satisfatório e retorno seguro às atividades.

Aplique as orientações, converse com seu especialista e, se indicado, siga o protocolo para ter o melhor resultado com a Osteotomia de Wilson.

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